segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um castelo

Não escrevo aqui durante algum tempo. Não que eu tenha parado com a ideia de me expressar através das palavras, mas é que tem sido muito para organizar. Eu quero falar tanta coisa, entretanto não cabem nas palavras que conheço. Está difícil! Difícil sentar em minha cadeira e colocar nas linhas o que me fere no peito e sem explicação.

Parece que tudo quis desabar ao mesmo tempo. Eu perdi pessoas, perdi amigos, perdi voz, perdi o chão. O que eu cantava antigamente, passa longe da minha boca agora. E o que eu construí, desmoronou, como desmorona aquele castelo de areia, onde a criança deposita admiração, carinho e deslumbre.

Talvez seja nessa situação em que me encontro: uma criancinha indefesa chorando na praia por um castelinho de areia demolido.

E, nessa minha praia, não há conchinhas na beira do mar. Assim, a criancinha continua chorando. As ondas continuam lambendo suas pernas, o vento continua bagunçando seus cabelos, o mormaço continua fervendo seu corpo, a vida continua machucando... sem piedade.