sexta-feira, 29 de abril de 2011

Era uma vez, mais uma vez...

Era uma vez um coração. Ele batia feliz, até que um dia, um menino aproximou-se dele! Aquele coração, acostumado com muito pouco, olhou de um modo estranho para a figura bonita que para ele caminhava. Aquele sorriso perfeito, aquele cabelo, aquele jeito de andar, aqueles olhos brilhantes, tudo no menino era incrível.

O coração notou, então, que o menino se aproximava cada vez mais e olhava-o sem desviar o foco. Não demorou muito para que o este chegasse em frente do surpreso coração:

---Oi! Posso entrar aí em você? - perguntou o menino sorrindo.
---Entrar em mim? - o coração estranhou.
---Sim! Gostaria muito de ficar em você.
---Bom... pode ser. Mas você deve prometer que nunca, em hipótese alguma irá me machucar!
---Eu prometo! - o menino sorriu.

O coração abriu sua portinha para que ele entrasse. O menino, muito espaçoso, decidiu ocupar uma grande parte do coração! E grande significa grande mesmo! Ali, o menino acomodou-se e ficou lá dentro quieto.

Após um tempo, o menino começou a se sentir um pouco entediado. Resolveu, logicamente, dar uma festa! Ligou uma música bem alta, decorou o espaço que ocupou no coração, vestiu-se bem, preparou coisas para comer e beber e divertiu-se até! Porém, o coração acabou um pouco cansado com todo aquele barulho e pediu para o menino:

---Será que você podia parar um pouco com esta festa? Está me cansando!
---Te cansando? - disse o menino.
---Sim, me cansando! Não se pode ligar uma música tão alta e ficar até tarde fazendo bagunça dentro de mim. Eu posso não suportar!
---Mais tarde eu desligo!

"Pois bem!", pensou o coração, que nada retrucara. Talvez, fosse melhor deixá-lo curtir um pouco. Os dias passaram e o coração continuava um pouco cansado em função daquela barulheira. Contudo, o menino buscava, enquanto isso, outra forma de distrair-se, porque também se sentia um pouco mal. Assim, logo teve uma ideia! Resolveu praticar esportes que, com aquele grande espaço, não era difícil ou complicado. Lá foi ele batendo com força a bola de basquete, arrastando a de futebol por todo o espaço que possuía, fazendo pingar a bolinha de tênis por todos os cantos.

Logo, o coração sentiu-se dolorido e pediu para que o menino parasse. Mais uma vez, ele não obedeceu, mas ficou um pouco dolorido também! O tempo passou novamente e, desta vez, o menino buscava algo mais divertido para fazer. Resolveu, com isso, brincar de dardo. Ele se divertia enquanto o coração piorava, sentindo-se machucado, cansado. Por isso, disse ao menino:

---Por favor - sua voz estava fraca, quase sumindo - se continuar com isso dentro de mim, não irei suportar.
---Chega dessas reclamações! - o menino se zangou e disse estressado - não aguento mais você ditando regras, não suportando nada e me irritando!
---Entenda, é difícil tolerar.
---Se vire! Eu também tenho minhas necessidades...
---Você não entende... - o coração ficou um pouco menor e sua aparência, já péssima, piorou - você prometeu nunca iria me machucar, mas está fazendo exatamente o contrário agora!

O menino olhou para seu corpo e percebeu que também estava menor, com uma aparência mais abatida. Bravo, disse também com uma voz que saía mal:

---Pra quê essa vingança? Não precisa me ferir porque eu te machuquei!
---Não é vingança, não sou eu! É o acordo. Você não devia ter me machucado porque está dentro de mim e, se eu sair ferido, você também sairá!

O coração, apertou-se e diminuiu em um tamanho imperceptível! O menino, muito machucado, continua lá dentro. Um resto fazendo companhia para o outro...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Minha estrela favorita

Olho para o céu tentando montar o que nunca se destruiu. Tento buscar entre cada uma das estrelas o que está dentro de mim e, somente eu ainda não descobri.
O tempo passa enquanto canto, enquanto escrevo, cresço e peço. Vou chegando mais perto ou mais longe, não sei! Cada um tem sua maneira de enxergar as coisas...! Busco em mim a forma correta, a forma que me dê direção, sabedoria, prazer em ser e estar. Sigo em frente.

Dentre todas as estrelas do céu, busco minha preferida, a que mais me cativa com seu brilho. Deixo aquela luz me consumir aos poucos, pondo em mim a coragem que precisei para tê-la, vê-la e senti-la. Passo a ser posse da estrela mais bonita de todas! Passo a manter os olhos abertos por toda a madrugada para vê-la não se mover, não dizer nada, não sentir, não me olhar!

Eu posso amar o infinito, se eu quiser. Sei que posso! Mas é difícil ser algo além quando se é mais um dentro de todos os erros e passagens. É que às vezes os sonhos são do bem, e nem sempre eles se fantasiam e vestem suas máscaras com o intuito do feitiço. Apenas quero, apenas vou, apenas posso: fantasia que acaba quando amanhece!

domingo, 17 de abril de 2011

O verbo "viver"

Derramei sangue nas páginas do caderno. Caderno onde escrevi tudo que queria fazer antes do fim. Não chamo o fim de "morte", pois ele pode acontecer antes da chegada dela! Podem arrancar de mim o que quiserem! Que me tirem meu violão, meus livros... Mas a alma?

Olho para o lado e não enxergo nada. Se enxergo, vejo além do que deveria. Faço poemas tristes. As músicas não faço mais, pois não consigo cantar com este nó na garganta. As lágrimas molham minhas cordas vocais, me banham de medo e susto!

Perdi a noção do tempo, meu calendário e meu relógio se perderam entre os fios de cabelo que arranquei de minha cabeça. Minha agenda é de 2000, o ano que o mundo estava previsto para acabar...poderia ter até acabado!

Continuo viva? Não tenho mais essa certeza! O que é estar viva? Se for o simples fato de habitar o planeta terra, sim, eu estou viva. Se for algo além disso, não... perdi o tesão por tudo que existe!

sábado, 16 de abril de 2011

Anônimo

Não quero fazer um texto grande, não tenho saco para isso. Hoje prefiro ser mais direta, ir direto ao ponto! Uma vez, eu disse que tinha sido em vão pensar que tudo iria em vão. Uma vez, eu acreditei em algo maior que eu. Ainda há, e talvez esse seja o grande problema! Mas a vida é inevitável, por mais que isso doa muitas vezes.
Não entendeu? Ótimo! Não é pra ninguém ler minha mente e saber dos meus segredos e vontades!

domingo, 10 de abril de 2011

inventando e sendo

Coleciono as coisas que retratam minha personalidade. Dentra elas, minhas palhetas, marcadores de livro. Faço tudo se apertar e caber em mim, pois é uma forma que eu tenho de me encontrar, de me ver sendo algo!

Retrato nomes, lendas, viagens, de tudo um pouco, guardo em mim. Não diria que é certo e nem que é errado, pois prefiro não criar amizades com o extremo! Ou subo ou desço, ou fico ou passo, ou canto ou calo... por quê?

Tentei me fantasiar por um dia, mas não deu certo. Não consigo ser quem não sou. Não possuo as ferramentas necessárias para me mudar e, assim, mudar o mundo! O que você diz sobre isso?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dizendo pelos cantos

Apaguei a luz. Me sinto melhor na escuridão porque é uma forma de eu não revelar meus segredos e meus pecados. No banho, deixo a água cair pelo meu corpo na ilusão de que tudo está partindo aos poucos, lentamente. Desta mesma forma, escrevo meus erros num papel e o deixo desmanchar na banheira. Sonhos, sonhos, sonhos.

Me enrolo num cobertor muito quente na esperança de que a dor saia junto com o suor. Espero chover e me uno a janela pensando que tudo que há de errado em mim talvez ganhe a possibilidade de, como a chuva, cair em algum esgoto.

Escrevo, antes de tudo! Escrevo nos papéis molhados pelas lágrimas tudo que sinto, ou o que creio que sinto! Tudo em mim é medo! Medo de errar, de morrer, de ser feliz, de voar, de tentar, de perder o que nunca foi meu! Vou dizendo entre os cantos, sendo e me desfazendo. Ainda há alguns amores por quem vou sofrer!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Essência

Deus me fez assim! Com todas as qualidades e defeitos com as quais tento lidar todos os dias da minha vida. Esse é só mais um...
Hoje tive que usar poucas linhas para relatar meus arrependimentos e foi difícil! Uma pessoa que viveu pouco e sofreu muito por todas as burradas que fez. Confundo o certo com o errado e nem sei se foi você eu!

Os dias passam e, com eles, minha certeza de que o mundo é enorme cresce. Segurança não se compara com isso tudo, não hoje! Se eu pudesse fazer o bem e recebê-lo de volta daqui mesmo seria ótimo!

Ouço gritos! Os de dentro são piores que o som das buzinas dos carros de motoristas estressados. O mundo, para falar a verdade, me assusta pouco. Sinto um medo muito maior de mim mesma! Não sei o que fiz, o que vou fazer...

Se pudesse, escreveria tudo num papel e o mandava para o céu junto com umas bexigas. Mas as dores não voam... voam?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Bom dia, nada!

Procuro tua verdade nas certezas mais óbvias. Me decepciono depois. Ninguém responde meus gritos, ninguém alivia minha mágoa... por quê?

O mundo está cheio de gente e eu pareço só ver as que pertencem ao lado errado. Eu corro atrás e isso está parecendo uma espécie de auto mutilação!

É criar seu sofrimento, alimentá-lo e dar-lhe tudo que necessita para crescer forte e preparado. Mais uma vez pergunto...por quê?