"O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora,depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "Você o tratava mal, agora está arrependido?" "Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava." Carlos Drummond de Andrade
Talvez sejam lições, talvez sejam caminhos. Não importa o medo quanto ao segredo que você tem guardado. Ele se quebra várias vezes. Não tem jeito...e, na verdade, nem lógica!
Procuro sempre tentar distinguir amor de tristeza, medo de esconderijo, mas ás vezes falha. E nisso eu me perco, duvidando do que eu mesmo sinto, e do que você procura.
Alguns me perguntam se eu preciso mesmo saber de tanta coisa ao mesmo tempo. Na verdade, eu também acho que não. Mas se eu não esclarecer, tudo ficará martelando na minha cabeça, apontando meus erros, lembrando meus medos e tirando minha coragem nas horas em que eu mais preciso.
Ontem eu tinha certeza do meu amor, mas hoje, o futuro se tranca e é mistério. Como eu quero entender o mundo se não entendo nem á mim mesma??
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